MANOEL LAÉRCIO PIOVESAN
BIOGRAFIA
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O “criador” da Orquestra Laércio de Franca, Manoel Laércio Piovesan nasceu em São José do Rio Pardo (SP), em 26 de maio de 1932 e teve o pai, Manoel H. Piovesan, como seu primeiro professor de música, que lhe propiciou tocar trompete (pistão) em 1939, aos 7 anos de idade, na banda da cidade de Caconde. Já em 1943 ganhou coroa no programa “A Hora do Pato” na Rádio Nacional do Rio de Janeiro e em 1948 veio para Franca, integrando a Banda Municipal de Franca, passando depois pela Orquestra Tamoio, do Maestro Adalberto Lucas (Tim) e ainda pelos conjuntos musicais dos irmãos Godofredo (Godinho) e Raul de Barros. Mais tarde o pistonista Laércio integraria grandes orquestras, como a do Maestro Chiquinho, na Rádio Nacional, e de Ari Barroso também no Rio de Janeiro.
UMA ORQUESTRA, UMA HISTÓRIA
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A FUNDAÇÃO DA ORQUESTRA
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Com a difusão da música ao vivo em orquestras do interior, Laércio Piovesan que compôs o “cast” de várias orquestras famosas, como a de Nelson (de Tupã), de Mantovani (de Assis/SP), da Orquestra de Ferri, Clóvis e Ely (de São Paulo), retornando para a Orquestra de Emilio, de Franca, do Maestro Emilio Sicchieroli, para depois formar sua própria Orquestra, a “Laércio de Franca”, no final de 1958.
Naquela época a Orquestra foi formada com:
●Roldão – ritmista
●Patrocínio – ritmista
●Luciano (Filhote) – baterista
●Hélio Medeiros – crooner
●José de Souza – trombonista
●Arnaldo Botelho – saxofonista
●Mário Bartoci – saxofonista
●Miroel Piovesan – saxofonista
●Manoel Piovesan (pai de Laércio) – baixista
●Mário Berbel – guitarrista
●Camilo Pinheiro – acordeonista e vibrafonista, e
●Laércio Piovesan, trompete, exímio trompetista, principalmente se utilizando da surdina, e maestro da Orquestra
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A TRAJETÓRIA
A primeira apresentação oficial de sua própria Orquestra aconteceria em 28 de maio de 1959 no baile de pré-formatura do IETC, Instituto de Educação Torquato Caleiro, hoje Escola Estadual Torquato Caleiro de Franca na Associação do Empregados do Comércio – AEC, um pomposo clube da época, onde freqüentava todos os “colunáveis” de Franca.
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Com 21 anos de atividade a Orquestra Laércio de Franca fez mais de 2.500 bailes, por todo o país, entre eles “Brincadeiras Dançantes”, Bailes de Formatura e de Debutantes.
Por 11 anos ininterruptos foi o responsável pela música dos bailes de carnaval da AEC (melhor clube de Franca nos anos 60 e 70), de Franca.
A Orquestra Laércio de Franca participou também do filme “Balada dos Infiéis” rodado no Grande Hotel do Barreiro, em Araxá, Minas Gerais, (veja súmula do filme, abaixo).
Mais de 200 músicos integraram sua concorrida Orquestra ao longo de 21 anos, de bons serviços prestados à música, sendo que nos anos 70, foi considerada a melhor orquestra do interior paulista, e uma das melhores de todo o país.
A Orquestra era tão solicitada que em sua época, era comum em sua agenda, ter reservas com mais de um ano de antecedência.
E sua última apresentação aconteceu no Baile das Orquídeas, de Guaxupé/MG.
Foi também o primeiro grupo musical de Franca a gravar suas músicas em disco LP de vinil para o selo “Richard”, inicio dos anos 60, hoje um referencial para a música de Franca e objeto raro para colecionadores e admiradores de Laércio de Franca, que sempre cobraram do Maestro um novo trabalho.
E Laércio de Franca conseguiu gravar um CD com o legítimo som da Orquestra, gravado pelo próprio Laércio e por seu irmão Miroel – outro pilar de sustentação da banda – durante toda a sua existência.
Laércio fez todos os arranjos, juntamente com Afonso Henrique, entusiasta, técnico de gravação, músico e também arranjador musical.
Laércio gravou o primeiro, o segundo e o terceiro trompetes, além do “fluegelhom”. Miroel se encarregou dos saxes alto, tenor, barítono e também da flauta. Afonso fez a maioria dos arranjos de base nos teclados, guitarra e baixo sintetizado. É dele também a idéia de fusões e efeitos. Tudo foi gravado, equalizado e mixado em seu estúdio.
Acrescentou depois os músicos que se chama “de cozinha", formados pelos melhores músicos da novíssima geração francana: piano, teclados, bateria, percussão, guitarra, baixo e efeitos sonoros.
Em duas faixas, destacam-se ainda, dois “crooners”, Nelson (“Mamão”), ainda atuante na noite francana, e uma surpresa: Celso Miguel, que por longo tempo foi titular da orquestra, cantando “Hoje” de Taiguara. Celso não interrompeu a sua carreira e vive hoje em São Paulo, aonde ainda canta na noite paulistana.
Na história de Laércio somam-se ainda apresentações para acompanhar, ao vivo, nomes consagrados da música popular brasileira como Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves, Ângela Maria, Dick Farney, Agnaldo Rayol, Wilson Simonal, Santo Morales, Cláudia, Jane e Herondy, e muitos outros.
A Orquestra Laércio de Franca, que por muitos anos foi o encanto maior dos famosos bailes na A.E.C. ( o melhor clube de Franca em sua época).
Manoel Laércio Piovesan, nasceu em 26 de maio de 1926 na cidade do escritor Euclides da Cunha (Os Sertões), São José do Rio Pardo - em Franca recebeu da Câmara Municipal o Título de Cidadão Francano e no dia 22 de novembro de 2007, recebeu das mãos do diretor do Museu da Imagem e do SOM, de Franca, em nome do prefeito Sidnei Rocha, o Diploma de Honra ao Mérito dentro do Projeto "Deguste Cultural". - A “Orquestra Laércio de Franca” foi fundada em 1959, sob a direção de Laércio Piovesan. A “onda” dos bailes com música ao vivo foi interrompida no final dos anos 70 e a orquestra deixou de existir. Sua especialidade não era seresta, mas outros ritmos, principalmente jazz, mas, mesmo assim Laércio sempre que possível reúne alguns músicos como ainda em 2007, e continua nos brindando com músicas de ontem e hoje.
BALUARTE DA ORQUESTRA
MIROEL PIOVESAN:
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Se imaginássemos a orquestra “Laércio de Franca” como uma construção, poderíamos dizer que, se Laércio representa a parte externa, a fachada, Miroel seria o arcabouço, o alicerce da banda.
Com o som de seu poderoso sax barítono, Miroel esteve sempre presente garantindo a base necessária para o brilho do conjunto.
Sempre, da primeira à última apresentação. Miroel viveu cada minuto, cada ensaio, cada sucesso da orquestra dirigida pelo seu irmão. Se professor sempre foi o seu próprio pai, Sr. Manoel Piovesan.
Ainda adolescente, fez suas primeiras apresentações no Conjunto “Paz e Alegria”, criado e dirigido pelo violinista Luiz Puglia Filho, que hoje lidera a “Turma do Sereno”. Mais tarde, Miroel passou a integrar um conjunto menor para atuar num bar noturno o “Bambu”, em meados de 1950. O “Bambu” ficava na esquina da Rua Mal. Deodoro, com a Rua Major Claudiano, no andar de cima do celebra “Bar Tubarão”, em Franca.
Ali Miroel, que tocava clarinete, juntou-se a Anchieta, Tom Mix e Osny Barreto. Esse quarteto animou muitas noites daquele barzinho muito simpático e muito bem freqüentado pela juventude francana, nos anos 50. Em 1959, logo depois veio a integrar a Orquestra “Laércio de Franca”.
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GRANDES MOMENTOS
Em 1968, um dos grandes momentos da Orquestra, a formação era:
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●Bispo – ritmista
●Bosquinho – tecladista
●Miroel – saxofonista e flautista (barítono)
●Emilio – saxofonista (sax alto)
●Quinha – saxofonista (sax tenor)
●Laquimé – trombonista
●Bilo – saxofonista (sax tenor)
●Oscar – trompetista
●Pierre – baixista
●Juvenil – acordeonista
●Filhote – baterista
●Paulinho – baterista e ritmista
●Topete – trompetista
●Tarcisio – crooner
●Celso Miguel – crooner
●Laércio – maestro e trompetista
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Naquela época a Orquestra foi empresariada por Aquino – que substituiu o saudoso Jorge Vieira.
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Durante a existência da Orquestra foram vários os músicos que deixaram “o seu rastro” na historia de Laércio Piovesan:
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●Luis Silva (“Pery”) – guitarrista – Ribeirão Preto/SP
●Cabelinho – guitarrista – São Joaquim da Barra/SP
●Armando de Paula – trombonista – Taquaritinga/SP
●Verdi Silva – saxofonista – Ribeirão Preto/SP
●José Mancini – saxofonista – Pedregulho/SP
●Deoclécio Oliveira (“Zuca’”.) – baixista – Araxá/MG
●Geraldo Perez – Baixista
●Roberto Rogério (“Pitoco”) – crooner
●Julio Ribas (“Ito”) – crooner
●Henrique Lana – crooner
●João Villas Boas – crooner
●Cícero de Oliveira – crooner
●Elcio José – crooner
● “Mato Grosso” – crooner
●Djalma – crooner – Santa Rosa do Viterbo/SP
●Toninho – tecladista – Ribeirão Preto/SP
●Ademir – baterista – Ribeirão Preto/SP
●Demerval (“Tom Mix”) – baterista
●Joubert Jacobini – baterista
●Alcir Orion Morato – Acordeonista
●Jorge Vieira – empresário
●Marcos Alencar – ritmista
●França – ritmista – São Paulo/SP
●Participação especial – Antonio de Oliveira “Toniquinho”, da Orquestra de Sinfônica de Jazz de São Paulo/SP
REPORTAGEM JORNAL “COMMÉRCIO DA FRANCA”
DEGUSTE CULTURAL MARCA LANÇAMENTO DE SITE DO MUSEU DA IMAGEM E DO SOM – MIS, EM FRANCA/SP - EM 2007
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Nesta quinta-feira, 22, tem uma nova edição do projeto Deguste Cultural, a partir das 20h30, com a presença de alguns membros remanescentes da tradicional orquestra Laércio de Franca. O músico Laércio reuniu alguns dos seus amigos e estará abrilhantando a programação que será aberta com a premiação dos vencedores do Salão de Artes, atividade esta preparada pela Pinacoteca Municipal. Está prevista também, uma homenagem especial ao radialista e colunista Valdes Rodrigues, que além de uma ampla folha de serviços prestados a comunicação, é o autor do projeto de criação do Museu da Imagem e do Som. Os convites para participar dessa noite que promete ser das mais atrativas são distribuídos gratuitamente e devem ser retirados previamente, no Espaço Cultural FEAC, à rua Campos Salles, 2210, centro.
O Deguste Cultural está inserido na programação dos 183 anos da cidade e é uma iniciativa voltada a valorização dos talentos artísticos da cidade. Busca oferecer espaço para que mostrem o trabalho que estão realizando e também, dar opções de diversão com qualidade para o público que muitas vezes fica sem muitas escolhas, num local de fácil acesso, já que além de central, fica próximo dos terminais de ônibus que chegam e saem para todos os pontos da cidade. Outro detalhe importante é que acontecerá nessa oportunidade, a apresentação e lançamento do site do MIS, através do qual os internautas terão mais facilidades de acesso as informações, seja em busca de imagens, como consultas a dados históricos sobre o município. A construção do sistema, que está envolvendo várias etapas, foi preparada pelo próprio diretor da unidade, Luiz Cláudio Barsotelli, que não esconde a sua euforia com essa oportunidade de estar disponibilizando mais informações a respeito do Museu da Imagem e do Som para Franca e o mundo. Mais informações, tel. 3711-9569, com Abigal.
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ENTREVISTA
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Entrevista ao Picanha News, com o renomado músico Laércio Piovesan conhecido nacionalmente como Laércio da Franca. Nascido em São José do Rio Pardo em 26/05/1932, Manoel Laércio Piovesan mudou-se para Franca ainda jovem em 1948, casou-se aos 32 anos com a Sra. Sonia Piovesan, com quem teve 3 filhos. Apesar de não ser natural de Franca, adotou a mesma como sendo sua cidade de coração. Conceituado trompetista fez história em diversas bandas em que atuou, tendo tocado com grandes nomes da música brasileira. Além da banda que leva seu nome, também é parte integrante do grupo de música instrumental “Nosso Som”, que se apresenta todas as terças feiras no “Bar Picanha na Tábua”.
PICANHANEWS: Fale sobre sua formação musical?
LAÉRCIO PIOVESAN: Eu comecei minha carreira de músico em Caconde-SP, na banda São José, tendo posteriormente me mudado para Franca onde participei da banda municipal. Meu principal incentivador foi meu pai com quem aprendi os primeiros compassos. Na minha época de garoto o Brasil inteiro ouvia a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, onde se escutava programas com o maestro Radamés Gnattali e maestro Chiquinho além de vários outros que me influenciaram e me ensinaram a amar a música instrumental, que naquela época era muita mais difundida do que hoje em dia.
PICANHANEWS: O que o Sr. acha da nova geração de músicos francanos?
LAÉRCIO PIOVESAN: Espetacular, podendo citar o Alexandre Reis, o Diego Figueiredo e o Edu Machado entre muitos outros.
PICANHANEWS: O Sr. é a favor de aulas de música nas escolas de ensino fundamental?
LAÉRCIO PIOVESAN: Sou a favor desde que seja um ensino de qualidade, podendo citar como projetos de sucesso o “GURI” implantado pelo governo de São Paulo em vários municípios do estado, que leva ensinamentos musicais de qualidade a crianças e adolescentes de todas as faixas sociais.
PICANHANEWS: Fale a respeito dos LP’s e CD’s que o senhor já gravou.
LAÉRCIO PIOVESAN: Eu gravei um LP chamado “Orquestra Laércio de Franca” e um CD muito mais elaborado de excelente qualidade no ano de 2002 com o mesmo nome do LP, onde contei com grandes músicos de Franca entre eles as jovens revelações citadas anteriormente.
PICANHANEWS: Nesta carreira de sucesso cite alguns grandes nomes da música brasileira com os quais o senhor já tocou.
LAÉRCIO PIOVESAN: Antigamente era costume trazermos cantores e cantoras famosas para cantarem em nossos bailes, tendo tocado junto com Ângela Maria, Cauby Peixoto, Dick Farney, Wilson Miranda, Nelson Gonçalves entre outros nomes da música brasileira. Diferente dos dias atuais os grandes artistas não viajavam com bandas próprias, sempre se utilizando em seus shows e bailes de orquestras das cidades onde se apresentavam.
PICANHANEWS: O Sr. é considerado um dos ícones dos bailes de antigamente, conte-nos como era a magia desses grandiosos eventos?
LAÉRCIO PIOVESAN: Realmente os bailes da AEC eram acontecimentos memoráveis, pois diferente do que acontece atualmente, eram bailes feitos para famílias se divertirem juntas, onde todos se conheciam e dançavam ao som de renomadas orquestras. Atualmente as famílias acabam se separando na hora da diversão, pois cada faixa etária freqüenta determinado ambiente, específico para aquela idade, perdendo assim aquela magia da união de antigamente. Durante 15 anos fizemos o carnaval na AEC com grande sucesso.
PICANHA NEWS: Como surgiu o grupo musical “ Nosso Som” que se apresenta com muito sucesso todas as terças feiras no “ Bar Picanha na Tábua” do qual o Sr. é parte integrante?
LAÉRCIO PIOVESAN: O grupo “Nosso Som” foi criado pelo músico Marcos Prado, carinhosamente conhecido com Marquinhos, com a proposta de realizar um som instrumental de qualidade, com músicos gabaritados e profundos conhecedores de seus instrumentos, visando a recolocação da música instrumental em local de destaque na visão das pessoas.
PICANHA NEWS: Quem são os integrantes do grupo “Nosso Som” que faz tanto sucesso nas nossas terças-feiras?
LAÉRCIO PIOVESAN: Marcos Prado(Marquinhos) – Guitarra Laércio Piovesan – Trompete, Eduardo Machado – Baixo, Raul Barros – Bateria, Miroel Piovesan – Sax e flauta, Erlindo Morato – Sax e flauta, Pedro Marcussi – Piano.
PICANHANEWS: Como é para o Sr. tocar no bar “Picanha na Tábua”?
LAÉRCIO PIOVESAN: É uma satisfação muito grande, pois hoje em dia é difícil encontrar um estabelecimento que se disponha a apresentar uma música de improvisação, com bossa nova e estritamente instrumental. O “Bar Picanha na tábua” é sem dúvida um diferencial cultural em Franca.
PICANHA NEWS: Muito obrigado e parabéns Sr. Laércio Piovesan.
TRABALHOS REALIZADOS:
Participação no filme:
BALADA DOS INFIÉIS (1970) - Súmula
Diretor: Geraldo Santos PereiraElenco: Nadir Fernandes (Lúcia Bueno Feitosa), Egídio Eccio (Eduardo Bueno Feitosa), Francisco Di Franco (Fernando Cavalcanti), Mário Lago (Dr.Medeiros de Alcântara), Sadi Cabral (Solon de Fuentes), Edmundo Lopes (Dr.Mariano Belmiro), Léa Delba (Arminda Belmiro), Priscila Freire (Judite de Alcântara), Talula Campos (Fátima), Dinah Ribeiro (Teresa), Neusa Rocha (Belinha), Ciro Brassini (Grover), Oswaldo de Abreu, Carlos Clean (Hendrick), Antonio Naddeo, e participação especial da Orquestra Laércio de Franca.Genero: DramaTempo duração: 110 min País: BrasilLingua: PortuguesCor: Colorido Companhia: Bennio Produções Cinematográficas
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A foto da capa do 1º Lp gravado pelo maestro Laércio Piovesan e seus músicos:
●Roberto(pistão),
●Oscar(pistão),
●Emílio(sax alto),
●Arnaldo(sax tenor),
●Quinha(sax tenor),
●Miroel(barítono),
●Mário(guitarra),
●Juvenil(acordeon), Pierre(baixo),
●Filhote(bateria),
●Marcos(ritmista),
●França(timbaes),
●R.Rogério(crooner),
●H. Medeiros(crooner),
BIOGRAFIA
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O “criador” da Orquestra Laércio de Franca, Manoel Laércio Piovesan nasceu em São José do Rio Pardo (SP), em 26 de maio de 1932 e teve o pai, Manoel H. Piovesan, como seu primeiro professor de música, que lhe propiciou tocar trompete (pistão) em 1939, aos 7 anos de idade, na banda da cidade de Caconde. Já em 1943 ganhou coroa no programa “A Hora do Pato” na Rádio Nacional do Rio de Janeiro e em 1948 veio para Franca, integrando a Banda Municipal de Franca, passando depois pela Orquestra Tamoio, do Maestro Adalberto Lucas (Tim) e ainda pelos conjuntos musicais dos irmãos Godofredo (Godinho) e Raul de Barros. Mais tarde o pistonista Laércio integraria grandes orquestras, como a do Maestro Chiquinho, na Rádio Nacional, e de Ari Barroso também no Rio de Janeiro.
UMA ORQUESTRA, UMA HISTÓRIA
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A FUNDAÇÃO DA ORQUESTRA
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Com a difusão da música ao vivo em orquestras do interior, Laércio Piovesan que compôs o “cast” de várias orquestras famosas, como a de Nelson (de Tupã), de Mantovani (de Assis/SP), da Orquestra de Ferri, Clóvis e Ely (de São Paulo), retornando para a Orquestra de Emilio, de Franca, do Maestro Emilio Sicchieroli, para depois formar sua própria Orquestra, a “Laércio de Franca”, no final de 1958.
Naquela época a Orquestra foi formada com:
●Roldão – ritmista
●Patrocínio – ritmista
●Luciano (Filhote) – baterista
●Hélio Medeiros – crooner
●José de Souza – trombonista
●Arnaldo Botelho – saxofonista
●Mário Bartoci – saxofonista
●Miroel Piovesan – saxofonista
●Manoel Piovesan (pai de Laércio) – baixista
●Mário Berbel – guitarrista
●Camilo Pinheiro – acordeonista e vibrafonista, e
●Laércio Piovesan, trompete, exímio trompetista, principalmente se utilizando da surdina, e maestro da Orquestra
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A TRAJETÓRIA
A primeira apresentação oficial de sua própria Orquestra aconteceria em 28 de maio de 1959 no baile de pré-formatura do IETC, Instituto de Educação Torquato Caleiro, hoje Escola Estadual Torquato Caleiro de Franca na Associação do Empregados do Comércio – AEC, um pomposo clube da época, onde freqüentava todos os “colunáveis” de Franca.
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Com 21 anos de atividade a Orquestra Laércio de Franca fez mais de 2.500 bailes, por todo o país, entre eles “Brincadeiras Dançantes”, Bailes de Formatura e de Debutantes.
Por 11 anos ininterruptos foi o responsável pela música dos bailes de carnaval da AEC (melhor clube de Franca nos anos 60 e 70), de Franca.
A Orquestra Laércio de Franca participou também do filme “Balada dos Infiéis” rodado no Grande Hotel do Barreiro, em Araxá, Minas Gerais, (veja súmula do filme, abaixo).
Mais de 200 músicos integraram sua concorrida Orquestra ao longo de 21 anos, de bons serviços prestados à música, sendo que nos anos 70, foi considerada a melhor orquestra do interior paulista, e uma das melhores de todo o país.
A Orquestra era tão solicitada que em sua época, era comum em sua agenda, ter reservas com mais de um ano de antecedência.
E sua última apresentação aconteceu no Baile das Orquídeas, de Guaxupé/MG.
Foi também o primeiro grupo musical de Franca a gravar suas músicas em disco LP de vinil para o selo “Richard”, inicio dos anos 60, hoje um referencial para a música de Franca e objeto raro para colecionadores e admiradores de Laércio de Franca, que sempre cobraram do Maestro um novo trabalho.
E Laércio de Franca conseguiu gravar um CD com o legítimo som da Orquestra, gravado pelo próprio Laércio e por seu irmão Miroel – outro pilar de sustentação da banda – durante toda a sua existência.
Laércio fez todos os arranjos, juntamente com Afonso Henrique, entusiasta, técnico de gravação, músico e também arranjador musical.
Laércio gravou o primeiro, o segundo e o terceiro trompetes, além do “fluegelhom”. Miroel se encarregou dos saxes alto, tenor, barítono e também da flauta. Afonso fez a maioria dos arranjos de base nos teclados, guitarra e baixo sintetizado. É dele também a idéia de fusões e efeitos. Tudo foi gravado, equalizado e mixado em seu estúdio.
Acrescentou depois os músicos que se chama “de cozinha", formados pelos melhores músicos da novíssima geração francana: piano, teclados, bateria, percussão, guitarra, baixo e efeitos sonoros.
Em duas faixas, destacam-se ainda, dois “crooners”, Nelson (“Mamão”), ainda atuante na noite francana, e uma surpresa: Celso Miguel, que por longo tempo foi titular da orquestra, cantando “Hoje” de Taiguara. Celso não interrompeu a sua carreira e vive hoje em São Paulo, aonde ainda canta na noite paulistana.
Na história de Laércio somam-se ainda apresentações para acompanhar, ao vivo, nomes consagrados da música popular brasileira como Cauby Peixoto, Nelson Gonçalves, Ângela Maria, Dick Farney, Agnaldo Rayol, Wilson Simonal, Santo Morales, Cláudia, Jane e Herondy, e muitos outros.
A Orquestra Laércio de Franca, que por muitos anos foi o encanto maior dos famosos bailes na A.E.C. ( o melhor clube de Franca em sua época).
Manoel Laércio Piovesan, nasceu em 26 de maio de 1926 na cidade do escritor Euclides da Cunha (Os Sertões), São José do Rio Pardo - em Franca recebeu da Câmara Municipal o Título de Cidadão Francano e no dia 22 de novembro de 2007, recebeu das mãos do diretor do Museu da Imagem e do SOM, de Franca, em nome do prefeito Sidnei Rocha, o Diploma de Honra ao Mérito dentro do Projeto "Deguste Cultural". - A “Orquestra Laércio de Franca” foi fundada em 1959, sob a direção de Laércio Piovesan. A “onda” dos bailes com música ao vivo foi interrompida no final dos anos 70 e a orquestra deixou de existir. Sua especialidade não era seresta, mas outros ritmos, principalmente jazz, mas, mesmo assim Laércio sempre que possível reúne alguns músicos como ainda em 2007, e continua nos brindando com músicas de ontem e hoje.
BALUARTE DA ORQUESTRA
MIROEL PIOVESAN:
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Se imaginássemos a orquestra “Laércio de Franca” como uma construção, poderíamos dizer que, se Laércio representa a parte externa, a fachada, Miroel seria o arcabouço, o alicerce da banda.
Com o som de seu poderoso sax barítono, Miroel esteve sempre presente garantindo a base necessária para o brilho do conjunto.
Sempre, da primeira à última apresentação. Miroel viveu cada minuto, cada ensaio, cada sucesso da orquestra dirigida pelo seu irmão. Se professor sempre foi o seu próprio pai, Sr. Manoel Piovesan.
Ainda adolescente, fez suas primeiras apresentações no Conjunto “Paz e Alegria”, criado e dirigido pelo violinista Luiz Puglia Filho, que hoje lidera a “Turma do Sereno”. Mais tarde, Miroel passou a integrar um conjunto menor para atuar num bar noturno o “Bambu”, em meados de 1950. O “Bambu” ficava na esquina da Rua Mal. Deodoro, com a Rua Major Claudiano, no andar de cima do celebra “Bar Tubarão”, em Franca.
Ali Miroel, que tocava clarinete, juntou-se a Anchieta, Tom Mix e Osny Barreto. Esse quarteto animou muitas noites daquele barzinho muito simpático e muito bem freqüentado pela juventude francana, nos anos 50. Em 1959, logo depois veio a integrar a Orquestra “Laércio de Franca”.
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GRANDES MOMENTOS
Em 1968, um dos grandes momentos da Orquestra, a formação era:
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●Bispo – ritmista
●Bosquinho – tecladista
●Miroel – saxofonista e flautista (barítono)
●Emilio – saxofonista (sax alto)
●Quinha – saxofonista (sax tenor)
●Laquimé – trombonista
●Bilo – saxofonista (sax tenor)
●Oscar – trompetista
●Pierre – baixista
●Juvenil – acordeonista
●Filhote – baterista
●Paulinho – baterista e ritmista
●Topete – trompetista
●Tarcisio – crooner
●Celso Miguel – crooner
●Laércio – maestro e trompetista
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Naquela época a Orquestra foi empresariada por Aquino – que substituiu o saudoso Jorge Vieira.
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Durante a existência da Orquestra foram vários os músicos que deixaram “o seu rastro” na historia de Laércio Piovesan:
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●Luis Silva (“Pery”) – guitarrista – Ribeirão Preto/SP
●Cabelinho – guitarrista – São Joaquim da Barra/SP
●Armando de Paula – trombonista – Taquaritinga/SP
●Verdi Silva – saxofonista – Ribeirão Preto/SP
●José Mancini – saxofonista – Pedregulho/SP
●Deoclécio Oliveira (“Zuca’”.) – baixista – Araxá/MG
●Geraldo Perez – Baixista
●Roberto Rogério (“Pitoco”) – crooner
●Julio Ribas (“Ito”) – crooner
●Henrique Lana – crooner
●João Villas Boas – crooner
●Cícero de Oliveira – crooner
●Elcio José – crooner
● “Mato Grosso” – crooner
●Djalma – crooner – Santa Rosa do Viterbo/SP
●Toninho – tecladista – Ribeirão Preto/SP
●Ademir – baterista – Ribeirão Preto/SP
●Demerval (“Tom Mix”) – baterista
●Joubert Jacobini – baterista
●Alcir Orion Morato – Acordeonista
●Jorge Vieira – empresário
●Marcos Alencar – ritmista
●França – ritmista – São Paulo/SP
●Participação especial – Antonio de Oliveira “Toniquinho”, da Orquestra de Sinfônica de Jazz de São Paulo/SP
REPORTAGEM JORNAL “COMMÉRCIO DA FRANCA”
DEGUSTE CULTURAL MARCA LANÇAMENTO DE SITE DO MUSEU DA IMAGEM E DO SOM – MIS, EM FRANCA/SP - EM 2007
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Nesta quinta-feira, 22, tem uma nova edição do projeto Deguste Cultural, a partir das 20h30, com a presença de alguns membros remanescentes da tradicional orquestra Laércio de Franca. O músico Laércio reuniu alguns dos seus amigos e estará abrilhantando a programação que será aberta com a premiação dos vencedores do Salão de Artes, atividade esta preparada pela Pinacoteca Municipal. Está prevista também, uma homenagem especial ao radialista e colunista Valdes Rodrigues, que além de uma ampla folha de serviços prestados a comunicação, é o autor do projeto de criação do Museu da Imagem e do Som. Os convites para participar dessa noite que promete ser das mais atrativas são distribuídos gratuitamente e devem ser retirados previamente, no Espaço Cultural FEAC, à rua Campos Salles, 2210, centro.
O Deguste Cultural está inserido na programação dos 183 anos da cidade e é uma iniciativa voltada a valorização dos talentos artísticos da cidade. Busca oferecer espaço para que mostrem o trabalho que estão realizando e também, dar opções de diversão com qualidade para o público que muitas vezes fica sem muitas escolhas, num local de fácil acesso, já que além de central, fica próximo dos terminais de ônibus que chegam e saem para todos os pontos da cidade. Outro detalhe importante é que acontecerá nessa oportunidade, a apresentação e lançamento do site do MIS, através do qual os internautas terão mais facilidades de acesso as informações, seja em busca de imagens, como consultas a dados históricos sobre o município. A construção do sistema, que está envolvendo várias etapas, foi preparada pelo próprio diretor da unidade, Luiz Cláudio Barsotelli, que não esconde a sua euforia com essa oportunidade de estar disponibilizando mais informações a respeito do Museu da Imagem e do Som para Franca e o mundo. Mais informações, tel. 3711-9569, com Abigal.
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ENTREVISTA
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Entrevista ao Picanha News, com o renomado músico Laércio Piovesan conhecido nacionalmente como Laércio da Franca. Nascido em São José do Rio Pardo em 26/05/1932, Manoel Laércio Piovesan mudou-se para Franca ainda jovem em 1948, casou-se aos 32 anos com a Sra. Sonia Piovesan, com quem teve 3 filhos. Apesar de não ser natural de Franca, adotou a mesma como sendo sua cidade de coração. Conceituado trompetista fez história em diversas bandas em que atuou, tendo tocado com grandes nomes da música brasileira. Além da banda que leva seu nome, também é parte integrante do grupo de música instrumental “Nosso Som”, que se apresenta todas as terças feiras no “Bar Picanha na Tábua”.
PICANHANEWS: Fale sobre sua formação musical?
LAÉRCIO PIOVESAN: Eu comecei minha carreira de músico em Caconde-SP, na banda São José, tendo posteriormente me mudado para Franca onde participei da banda municipal. Meu principal incentivador foi meu pai com quem aprendi os primeiros compassos. Na minha época de garoto o Brasil inteiro ouvia a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, onde se escutava programas com o maestro Radamés Gnattali e maestro Chiquinho além de vários outros que me influenciaram e me ensinaram a amar a música instrumental, que naquela época era muita mais difundida do que hoje em dia.
PICANHANEWS: O que o Sr. acha da nova geração de músicos francanos?
LAÉRCIO PIOVESAN: Espetacular, podendo citar o Alexandre Reis, o Diego Figueiredo e o Edu Machado entre muitos outros.
PICANHANEWS: O Sr. é a favor de aulas de música nas escolas de ensino fundamental?
LAÉRCIO PIOVESAN: Sou a favor desde que seja um ensino de qualidade, podendo citar como projetos de sucesso o “GURI” implantado pelo governo de São Paulo em vários municípios do estado, que leva ensinamentos musicais de qualidade a crianças e adolescentes de todas as faixas sociais.
PICANHANEWS: Fale a respeito dos LP’s e CD’s que o senhor já gravou.
LAÉRCIO PIOVESAN: Eu gravei um LP chamado “Orquestra Laércio de Franca” e um CD muito mais elaborado de excelente qualidade no ano de 2002 com o mesmo nome do LP, onde contei com grandes músicos de Franca entre eles as jovens revelações citadas anteriormente.
PICANHANEWS: Nesta carreira de sucesso cite alguns grandes nomes da música brasileira com os quais o senhor já tocou.
LAÉRCIO PIOVESAN: Antigamente era costume trazermos cantores e cantoras famosas para cantarem em nossos bailes, tendo tocado junto com Ângela Maria, Cauby Peixoto, Dick Farney, Wilson Miranda, Nelson Gonçalves entre outros nomes da música brasileira. Diferente dos dias atuais os grandes artistas não viajavam com bandas próprias, sempre se utilizando em seus shows e bailes de orquestras das cidades onde se apresentavam.
PICANHANEWS: O Sr. é considerado um dos ícones dos bailes de antigamente, conte-nos como era a magia desses grandiosos eventos?
LAÉRCIO PIOVESAN: Realmente os bailes da AEC eram acontecimentos memoráveis, pois diferente do que acontece atualmente, eram bailes feitos para famílias se divertirem juntas, onde todos se conheciam e dançavam ao som de renomadas orquestras. Atualmente as famílias acabam se separando na hora da diversão, pois cada faixa etária freqüenta determinado ambiente, específico para aquela idade, perdendo assim aquela magia da união de antigamente. Durante 15 anos fizemos o carnaval na AEC com grande sucesso.
PICANHA NEWS: Como surgiu o grupo musical “ Nosso Som” que se apresenta com muito sucesso todas as terças feiras no “ Bar Picanha na Tábua” do qual o Sr. é parte integrante?
LAÉRCIO PIOVESAN: O grupo “Nosso Som” foi criado pelo músico Marcos Prado, carinhosamente conhecido com Marquinhos, com a proposta de realizar um som instrumental de qualidade, com músicos gabaritados e profundos conhecedores de seus instrumentos, visando a recolocação da música instrumental em local de destaque na visão das pessoas.
PICANHA NEWS: Quem são os integrantes do grupo “Nosso Som” que faz tanto sucesso nas nossas terças-feiras?
LAÉRCIO PIOVESAN: Marcos Prado(Marquinhos) – Guitarra Laércio Piovesan – Trompete, Eduardo Machado – Baixo, Raul Barros – Bateria, Miroel Piovesan – Sax e flauta, Erlindo Morato – Sax e flauta, Pedro Marcussi – Piano.
PICANHANEWS: Como é para o Sr. tocar no bar “Picanha na Tábua”?
LAÉRCIO PIOVESAN: É uma satisfação muito grande, pois hoje em dia é difícil encontrar um estabelecimento que se disponha a apresentar uma música de improvisação, com bossa nova e estritamente instrumental. O “Bar Picanha na tábua” é sem dúvida um diferencial cultural em Franca.
PICANHA NEWS: Muito obrigado e parabéns Sr. Laércio Piovesan.
TRABALHOS REALIZADOS:
Participação no filme:
BALADA DOS INFIÉIS (1970) - Súmula
Diretor: Geraldo Santos PereiraElenco: Nadir Fernandes (Lúcia Bueno Feitosa), Egídio Eccio (Eduardo Bueno Feitosa), Francisco Di Franco (Fernando Cavalcanti), Mário Lago (Dr.Medeiros de Alcântara), Sadi Cabral (Solon de Fuentes), Edmundo Lopes (Dr.Mariano Belmiro), Léa Delba (Arminda Belmiro), Priscila Freire (Judite de Alcântara), Talula Campos (Fátima), Dinah Ribeiro (Teresa), Neusa Rocha (Belinha), Ciro Brassini (Grover), Oswaldo de Abreu, Carlos Clean (Hendrick), Antonio Naddeo, e participação especial da Orquestra Laércio de Franca.Genero: DramaTempo duração: 110 min País: BrasilLingua: PortuguesCor: Colorido Companhia: Bennio Produções Cinematográficas
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A foto da capa do 1º Lp gravado pelo maestro Laércio Piovesan e seus músicos:
●Roberto(pistão),
●Oscar(pistão),
●Emílio(sax alto),
●Arnaldo(sax tenor),
●Quinha(sax tenor),
●Miroel(barítono),
●Mário(guitarra),
●Juvenil(acordeon), Pierre(baixo),
●Filhote(bateria),
●Marcos(ritmista),
●França(timbaes),
●R.Rogério(crooner),
●H. Medeiros(crooner),
Um comentário:
O tecladista Bosquinho, também deixou sua marca na orquestra, ele é de Araxá/MG, exímio pianista, e toca na noite em Brasilia/DF
Julio César Ribeiro
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